quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Jogos do Porto Digital ganham destaque no mercado online

Max Felipe

Formado em Ciência da Computação no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE),  Átila Valgueiro Malta é referência para os futuros empreendedores do Porto Digital. Aos 22 anos, Átila juntou-se com Ícaro Malta, seu irmão, e Leonardo Vieira, ambos do CIn UFPE,  para fundar a C2 Flag. No início erraram muito. Até que lançaram o jogo Dino Jump, um aplicativo disponível para celulares e tablets, na loja App Store, da Apple, no dia da morte de Steve Jobs, fundador da Apple, em cinco de outubro de 2011.

 O jogo narra a fuga de um bebê dinossauro (Dino), que se encontra preso em um vulcão, à procura de sua mãe. Os empreendedores da C2 Flag não sabiam se iriam conseguir lucrar com esse modelo de negócio. O jogo conquistou o público, foram mais de 50 mil downloads por dia.

Quem sugeriu a ideia de usar a figura do dinossauro foi o ilustrador John Pablo Queiroz, da Manifesto Games, contratado pelo grupo para fazer a arte. O objetivo é aproximar o lúdico das crianças – presente nos filmes de O Parque dos Dinossauros e no desenho A Família Dinossauros. "Sempre gostei de ilustração, desde pequeno. Consegui trabalhar numa empresa de ensino a distância, onde aprendi a ilustrar desenhos digitais.  Depois surgiu a vaga na Manifesto Games, onde estou aqui há muito tempo e venho desenvolvendo arte para jogos", contou Pablo.

Ao conhecer Túlio Caraciolo, sócio da Manifesto Games, enquanto fazia doutorado no CIn UFPE, Átila conversou sobre a possibilidade de abrir uma empresa de propriedade intelectual, a Big Hut. Com esse acordo os garotos ganharam conforto e espaço na sede da Manifesto, no prédio do Centro de Estudos Avançados do Recife Educação, C.E.S.A.R Edu.

 Entre as patentes da Big Hut estão os jogos Boney The Runner e Candy Maze. No Boney é preciso ajudar uma simpática caveirinha a correr o mais rápido possível para que ela não ser pega por um grupo de cachorros famintos.

"Entramos em contato com a DeNA, uma empresa japonesa, via e-mail depois presencialmente. Visitamos essa gigante e fechamos um acordo para publicar o Boney. Na época, dos dez aplicativos para android, quatro eram dela”, disse Átila.

Para buscar novos horizontes, a Big Hut desenvolve em conjunto com a Play Scape, de Israel, o jogo Candy Maze, um camaleão que encontra seu doce favorito, o Cupcake, preso em um pet shop. A receita anual da BigHut não foi revelada.

De acordo com pesquisa realizada pela empresa PricewaterhouseCoopers (PWC), o mercado mundial de jogos digitais movimentou US$ 57 bilhões em 2010, enquanto o de cinema, US$ 31,8 bilhões.

Design de som ganha espaço no Portomídia

Natural da cidade de Porto, no Norte de Portugal, o designer de som Maurício Dorey morou em Londres, durante cinco anos, de 2009 a 2014.  Ele estudou na National Film and Television School (NFTS), escola de referência mundial na indústria cinematográfica, que se especializou em mixagem.

Nas suas andanças em Londres, o português conheceu o cineasta recifense Gabriel Mascaro, que lhe convidou a  mixar o filme Além do Mar (Beyond The Sea). Dorey aceitou o convite e está fazendo a finalização sonora do longa-metragem, utilizando o equipamento Dcommand, no prédio do Portomídia, no Bairro do Recife Antigo. “Articula todos os elementos de áudio, efeitos e ambientes musicas, equilibrando o som para colocá-lo quando fizer sentido”, disse.

Dorey/ Foto: Max Felipe
Para atender o efervescente mercado audiovisual pernambucano, o Portomídia, braço da economia criativa do Porto Digital, dispõe de equipamentos modernos, para a edição e montagem de áudio, incluindo os efeitos especiais, pré-mixagem e a finalização. “Este ambiente é fantástico, a sala atende todos os requisitos técnicos para um mixador trabalhar”, disse Dorey.


Para capacitar os pernambucanos a usufruir o laboratório de som, o Portomídia realizou o curso Sound Design para Filmes e Jogos Digitais, ministrado por Jean-Luc Sinclair, no final de maio de 2014. Durante este curso, os participantes trabalharam com ferramentas usadas nas indústrias de áudio e games, como Pro Tools, FMOD Studio e Unity.



Sinclair é designer e engenheiro de som, produtor musical, compositor e professor da Berklee College of Music (renomada universidade de Boston) e da New York University. “Vim a Recife para realizar este curso, que é projetado para introduzir aos estudantes as ferramentas da moderna produção de videogame em design de som”, explicou.


Com 15 anos de experiência, ele trabalhou com músicos e bandas como Trent Reznor (Nine Inch Nails), Scissor Sisters, Zach de la Rocha (Rage Against the Machine) e Michael Stipes (REM).
Além disso, prestou serviço para empresas internacionais de grande porte, tais como: id Software (desenvolvedora da franquia Doom), Ubisoft (publicadora de jogos como Resident Evil 4 e Assassins Creed), Looking Glass Technologies, Marvel Comics (criadora de histórias como Homem Aranha, X-Men, Os Vingadores, etc.) e a British Broadcasting Corporation (BBC), rede de televisão da Inglaterra.

O audiovisual e a música fazem parte da economia criativa, que desenvolve atividades em que as pessoas exercitam a imaginação e geram resultados econômicos. O teórico John Howkins foi o primeiro a observar e descrever a dinâmica dessa economia, no livro “The Creative Economy”, de 2001. No mesmo ano, outro estudioso, Richard Florida, reuniu conhecimento sobre os trabalhadores desse campo, em “A Ascensão da Classe Criativa”.

O Portomídia apoia projetos que contribuam para a estruturação de cadeias de negócios sustentáveis que tenham perenidade ou perspectiva de longo prazo. “Estes projetos poderão ser apresentados por empreendimentos já constituídos, individualmente ou em consórcio; ou ainda por realizadores, micro-empreendodores individuais e profissionais autônomos”, disse Mariana Valença, coordenadora de Tecnologia do Portomídia.

Para submissão de projetos é preciso enviar um email  para a coordenação de tecnologia do Portomídia (mariana@portodigital.org), apresentando brevemente o assunto e pedir o formulário de submissão de projetos.


Designer de Som

Corresponde a um perfil profissional de especialistas em som, dotados de uma sólida preparação cultural e artística na área de especialização que lhes permitam integrar-se em projetos de diferentes domínios (jogos, design sonoro interativo, ou outros).

Segundo o Instituto Superior Autônomo de Estudos Politécnicos (Ipa), de Portugal, o design de som estuda:
1. Conhecimentos teóricos e técnicos em especial nas áreas do som e da música, do audiovisual (programação, interfaces), em articulação com os conhecimentos artísticos concomitantes respectivos.
2. Competências e capacidades inerentes à concepção, elaboração ou seleção, desenvolvimento e execução de ambientes sonoros, entre outros para diferentes tipos de meios (cinema, teatro, audiovisual, desempenho e multimídia).




Incubadora C.A.I.S do Porto: um fenômeno de empreendedorismo

Max Felipe

O número de jovens entre 18 e 34 anos que decide abrir um negócio vem aumentando no Brasil. Eles já correspondem a 52% de todos os empreendedores iniciais, revela pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), publicada em 2012. Um ano antes, esses inovadores eram apenas 31% do total. Em Pernambuco, para fomentar o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a incubadora do C.A.I.S do Porto dá suporte a essas empresas nascentes, startups.

Localizada no Porto Digital, no centro do Recife, tem processo seletivo acontece uma vez ao ano. Podem participar equipes de no mínimo duas pessoas (física ou jurídica), sendo que uma delas deverá necessariamente ter formação ou experiência profissional em tecnologia da informação e comunicação. “Entre os benefícios estão o menor custo de transação; presença em um ambiente de inovação altamente dinâmico; redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU); e acesso a projetos de fortalecimento e competitividade”, disse Marcos Oliveira, coordenador da incubadora.



A incubadora oferece seis meses de pré-incubação e 12 meses de incubação, totalizando 18 meses. Durante esse período faz diversas capacitações gerenciais e técnicas para o desenvolvimento e estruturação do negócio futuro. Eleita a melhor do Brasil, pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), ela procura atender às cadeias produtivas locais.



Os sócios Victor Guerra e Bruno Guerra, ambos irmãos, incubaram recentemente a startup Seed, no C.A.I.S. Não foi fácil participar do processo de incubação, para isso eles se prepararam diariamente. “Buscamos capacitação e o desenvolvimento da nossa ideia participando de palestras, workshops, lendo conteúdo na internet e trabalhando arduamente em cima de metas e objetivos. Após cerca de três meses a chamada do processo de incubação foi publicada e assim aplicamos todo o desenvolvimento da startup, que adquirimos durante esse tempo, na submissão da proposta, que depois de três etapas conseguimos a aprovação”, explicou Victor.

A Seed atende à necessidade tanto do público de profissionais de saúde quanto da sociedade, com o intuito de facilitar o relacionamento entre eles. Dispondo dessa ferramenta, as pessoas poderão localizar estabelecimentos de saúde próximos e ainda registrar seus dados de saúde, tratamentos, medicamentos e exames, a qualquer hora e em qualquer lugar. O sistema é online, mas ainda está em fase de teste.

Victor estuda Ciência da Computação na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e Bruno Engenharia Mecânica, no Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), ambos no 3° período. A ideia dessa empresa surgiu no início de 2014, que foi um período que eles vivenciaram idas a consultórios médicos como também a hospitais. “Notamos ao conversar com alguns médicos que havia uma carência na fidelização dos pacientes e ainda falta de engajamento em alguns casos”, frisou Victor.


Segundo o Dr. em Empreendedorismo, professor Emanuel Leite da Universidade de Pernambuco (UPE), é preciso apostar cada vez mais nos empreendedores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). “A criação de empresas de base tecnológica via incubadora é um fenômeno imprescindível para a manutenção e renovação de todas as sociedades orientadas pela livre-iniciativa e concorrência de mercado. Como unidade de geração de riquezas, a empresa recém-criada representa de imediato a oferta de novos empregos, amplia a gama de produtos ou serviços para o Estado por meio da geração de impostos”, destacou.

Antes de tornar qualquer iniciativa, deve-se avaliar o que seu cliente necessita, utilizando informação com origem no consumidor. Pensando nisso, a incubadora C.A.I.S do Porto preparou uma série de dicas para orientar os futuros candidatos ao processo seletivo.

Elaboração da Proposta do Plano de Negócios 

Qual o seu produto / serviço?
Descreva em até 250 caracteres de forma clara e objetiva o que é o seu produto ou serviço.

Qual o público-alvo?
Indique em até 300 caracteres quem, quantos são e onde estão seus potenciais clientes.

Qual o problema que está resolvendo / oportunidade de negócio que está buscando?
Descreva em até 3.000 caracteres o problema ou oportunidade de negócio para o qual está oferecendo seu produto / serviço, informando dados do mercado e dos potenciais clientes que fundamentem por que este é um problema ou uma oportunidade de negócio relevante.

Qual o impacto de sua solução?
Descreva em até 500 caracteres qual o impacto que sua solução pretende gerar sobre os setor produtivo onde pretende atuar, sobre o meio ambiente e ou sobre a geração / aumento da renda e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Qual o modelo de negócios?
Descreva em até 500 caracteres qual a estratégia a ser utilizada para monetizar a startup.

Como a startup irá garantir sua sustentabilidade? Como pretende atingir e defender seu mercado?
Descreva em até 1.000 caracteres a estratégia de sua startup para entrar no mercado pretendido e alcançar seu público-alvo. Então, diga como pretende defendê-lo de possíveis competidores existentes ou novos que venham a surgir.

Como sua oferta se diferencia de outras existentes?
Descreva em até 500 caracteres qual a inovação no produto, serviço, processo ou modelo de negócio da startup.

Quais tecnologias são necessárias para tornar seu produto ou serviço operacional?
Descreva em até 1.000 caracteres as tecnologias que você utilizará para desenvolver sua solução e como pretende acessá-las.

Qual a necessidade de investimentos?
Informe o capital necessário estimado para desenvolver sua startup por três anos.

Quais as Fontes de Recursos?
Recursos Próprios;
Reinvestimento a partir de receitas obtidas com o negócio;
Capital anjo ou capital semente;
Subvenção econômica (FACEPE, FINEP, etc.).

Quais as motivações da equipe para empreender juntos este projeto?
Relate em até 500 caracteres as motivações que levaram cada membro do time a apostar neste projeto.

Como a incubadora irá contribuir para sua startup?
Argumente em até 500 caracteres como a incubadora pode ajudar sua startup.

Qual a modalidade de incubação pretendida?
Incubação Residente (Ir para Necessidade de Pontos de Trabalho);
Incubação Não Residente - serão disponibilizadas apenas 02 (duas) vagas.



Fonte: Incubadora Cais do Apolo/ Porto Digital


Porto Digital busca jovens capacitados

Alexandre Cisneiros/Divulgação
O Porto Digital está de olho nos jovens e o melhor lugar para encontrá-los é na universidade. Motivado pela paixão dos números binários (0101), Alexandre Cisneiros cursa o 8º período de Ciência da Computação no Centro de Informática na Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE) e está se preparando para o mercado de trabalho. Agora, sua meta é fazer um intercâmbio no Reino Unido e se especializar em negócios para a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Atualmente, este jovem estagia como programador no Blackberry Tech Center, sob a coordenação do professor do CIn, Cristiano Araújo. Neste ambiente ele desenvolve aplicativos para os aparelhos smartphones Blackberry, da empresa canadense Research in Motion (RIM). Um de seus projetos, que vem desenvolvendo com sua equipe, é o jogo Pet Empires, voltado à eterna rivalidade entre cães e gatos.
Plataforma do jogo.
Alexandre também coordena no Tech Center o projeto Converge, disponível somente para aparelhos BlackBerry, com o objetivo de ajudar o usuário na organização e centralização de documentos e imagens. Pessoas podem colaborar em pastas (chamadas projetos), adicionando todo tipo de arquivo. O sistema é inteligente e salva na pasta correta automaticamente, deixando tudo organizado. É possível fazer buscas por projetos, tipos de arquivos (documentos, imagens e notas) ou ainda por tags, palavras-chave, que o autor do arquivo atribui a ele. O Converge faz as pessoas e arquivos estarem sempre num mesmo local, todos em sintonia. “Quando fizemos testes com o produto concluído, 80% das pessoas afirmaram que o Converge é muito superior à solução atual de armazenamento de dados que elas usam”, explicou Bianca Ximenes, gerente do Tech Center.

Alexandre já passou pelo Centro Integrado de Tecnologia da Informação (Citi), que aprendeu técnicas de oratória. O Citi é uma associação civil, sem fins lucrativos, que desenvolve projetos de tecnologia da Informação para empresas, entidades e sociedade em geral nas suas áreas de atuação sob a supervisão de professores e profissionais especializados.

Associado à Aliança das empresas juniores da UFPE, à Federação das Empresas Juniores do Estado de Pernambuco (FEJEPE), e à Confederação Brasileira das Empresas Juniores (Brasil Júnior) o CITi também conta com parcerias e é membro fundador de diversas instituições ligadas à área de Tecnologia da Informação e Comunicação, a exemplo do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R).

O CITi Partner, um dos braços do CITi, é um programa de educação empreendedora de base que visa conectar os projetos que surgem ainda na graduação ao mercado. O programa favorece aos estudantes um ambiente colaborativo, apresentando-os a uma rede de contatos estratégicos para maturar suas ideias e deixá-las prontas para ganhar espaço na sociedade.

Toda universidade tem um papel fundamental na sociedade: a educação. Ela tradicionalmente vem cumprindo essa função. “A gente faz com que nossos alunos tentem entrar em contato com o mundo exterior, vejam os problemas e procurem desenvolver soluções. É isso o que nós vimos tentando fazer na UFPE”, disse o professor Cristiano Rodrigues, coordenador do Tech Center Blackberry.


Carros made in Pernambuco

Trabalhar em fábrica de automóvel era impossível aqui em Pernambuco. Antes os profissionais migravam para outros estados atrás de emprego nessa área. Daqui para frente isso será possível, fruto de um convênio técnico-científico com o Governo do Estado e o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE), a Fiat Chrysler anunciou a construção do seu Centro Mundial de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva. O acordo aconteceu no início de abril de 2014, no prédio do Portomídia, braço da economia criativa do Porto Digital.

O Centro será instalado na área externa da antiga fábrica Tacaruna, construída entre 1890 e 1895 e tombada pela Fundação de Cultura do Estado (Fundarpe), na divisa das cidades de Recife-Olinda. A unidade desenvolverá projetos de inovação, conceitos de design e testes experimentais para os centros em AuburnHilss (EUA), Torino (Itália) e Betim (Minas Gerais) e suas unidades fabris.

A previsão de conclusão da obra é de dois anos, durante este período a Fiat vai iniciar o desenvolvimento dos primeiros projetos de design, novas tecnologias e sistemas de engenharia de carros nas instalações no Porto Digital, no Bairro do Recife.

Surfando nessa onda, as empresas do Porto Digital já estão de olho nesse mercado para desenvolver softwares e sistemas embarcados. “O Porto será fortalecido pelas pequenas e grandes empresas interligadas que fornecem soluções, facilitando novos negócios, a fim de atender aos comandos dos usuários dos carros da montadora”, disse Francisco Saboya, presidente do Porto Digital.

Quem gostou da vinda dessa novidade foi o estudante de Engenharia da Computação da UFPE, Newton Barbosa, 18 anos. O jovem estagia como programador do Tech Center da Blackberry e nas horas de lazer acompanha as corridas de Fórmula 1 e através de sua profissão deseja se integrar a esse pódio automotivo. “Gosto de carros desde criança”, disse.

Para chegar lá, ele pode começar na sua região, a Fiat vai contratar 500 profissionais nos próximos anos, sobretudo na área de engenharia. O cenário de inteligência da montadora vai ser referência no setor de pesquisa em todas as áreas de desenvolvimento de um veículo, passando por design, chassi, carroceria e eletroeletrônica. No primeiro momento, seus objetivos são o desenvolvimento virtual (modelagem e cálculo) e experimental (validações físicas).

O coordenador do Mestrado em Engenharia da Computação, da Escola Politécnica (Poli), vinculada à Universidade de Pernambuco (UPE), Fernando Duarte Neto, acredita em num futuro competitivo. “A quantidade de pessoas com acesso à educação aumentou. Hoje, nós temos mais vagas, no passado, não. A meu ver, o grande problema é viver num futuro com a formação de quem vive no passado. As profissões convencionais vão existir, as pessoas precisam de médicos, engenheiros e advogados”, explicou.

Senai vai construir faculdade com foco no Centro Global da Fiat
Para atender às demandas da Fiat, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) investirá na formação de mão de obra especializada automobilística. “Vamos construir uma faculdade com foco no segmento automotivo, que e vai disponibilizar os cursos de tecnólogo em Mecatrônica, já oferecido, superior em Tecnologia da Informação e o bacharelado em Engenharia Automotiva”, afirmou Sérgio Gaudêncio, diretor regional do SENAI PE.

A matriz curricular do curso de bacharel em Engenharia Automotiva já vem sendo preparada há cinco meses juntamente com a Fiat. A previsão é de que o SENAI a encaminhe ao MEC até julho deste ano para a devida autorização. Segundo o diretor regional, Sérgio Gaudêncio, haverá uma entrada por ano, com 50 alunos, que concluirão o curso em cinco anos.

Até o momento, o Senai não definiu o local da faculdade e o início de suas atividades.

Porto Digital na Era do Conhecimento

No antigo entreposto da cana-de-açúcar na era colonial dos portugueses e holandeses, o Bairro de Recife, também enfrentou a decadência provocada pela alta inflação nos anos 1990 e conseguiu a façanha de se reinventar. Hoje, este local está embarcado Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que é desenvolvida pelo Porto Digital. O Blog TCC Porto Digital publica a série de reportagens “Porto Digital na Era do Conhecimento”, que será dividida nos temas: educação e indústria; empreendedorismo e inovação; e economia criativa.

Fruto da união de universidades, empresas privadas e o poder público, o Porto Digital (PD) é um Arranjo Produtivo Local (APL) formado por 240 pequenas, médias e grandes empresas especializadas no desenvolvimento de software e sistemas embarcados, contribuindo para a inserção da Tecnologia da Informação e Comunicação na economia de Pernambuco. Ao todo, são 7100 pessoas trabalhando no PD. 
Fonte: Porto Digital



Considerado o melhor parque tecnológico do Brasil, em 2011, pela Associação Nacional de Parques Tecnológicos (Anprotec), o PD nasceu no Bairro do Recife Antigo, na cidade do Recife, no ano 2000. Sendo administrado pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), ele atua de modo integrado com os poderes públicos e instituições acadêmicas, ocupando uma área de 149 hectares, que vem sendo requalificada a partir da instalação e consolidação de novos empreendimentos.

Para atender às demandas das cadeias produtivas em Pernambuco, o PD pretende gerar 21 mil empregos diretos e indiretos, até 2021, com o intuito de  triplicar o número atual de pessoas capacitadas. “A nossa missão é estruturar, gerir e fazer crescer no estado de Pernambuco um ambiente de negócios de classe mundial, baseado nas tecnologias da informação e comunicação, através da integração e cooperação entre governos, academia, iniciativa privada e organizações de terceiro setor”, disse o presidente do Porto Digital e professor de Economia da Universidade de Pernambuco (UPE), Francisco Saboya.



A série publica, em seguida, a reportagem Carros made in Pernambuco; Incubadora Cais do Porto: um fenômeno de empreendedorismo; Design de som ganha espaço no Portomídia; Jogos do Porto Digital ganham destaque no mercado online; e Era da Sustentabilidade.

Incentivo fiscal
Cerca de 50.000 m² de edificações na área histórica já foram restaurados e hoje servem ao desenvolvimento de atividades produtivas, no Bairro do Recife Antigo. Os prédios e sobrados históricos são  tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 1998. Com o fechamento das portas do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), em 1998, o Governo do Estado, cedeu o prédio Vasco Rodrigues, na rua Cais do Apolo, ao Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD) e empresas lotadas no ambiente digital como os escritórios da Microsoft e International Business Machines (IBM).


Prédio Vasco Rodrigues/ Max Felipe

Para fomentar a vinda de novas empresas, a Prefeitura do Recife atualizou a Lei de 17.244 /2006, que traz ajustes ao Programa de Incentivo ao Porto Digital. Entre as mudanças estão os benefícios fiscais condicionados, simplificação dos processos e maior segurança jurídica às empresas de TIC, com a alíquota de 5% a 2%.

Entre as mudanças apresentadas estão a simplificação dos processos, incentivos fiscais e a maior segurança jurídica para as empresas com foco em tecnologia. “Um mudança que representa a supressão de desafios que davam à Prefeitura a capacidade de retirar ou restaurar anualmente alguns benefícios”, disse Saboya.